domingo, 18 de maio de 2008

Marcelinho da Lua


Entre sinapses, reflexões e lembranças, sou abduzido para uma experiência sonora no disco voador de Marcelinho da Lua. Placas tectônicas do cancioneiro pop brasileiro, preparem-se para o mais novo Tsunami deste ano de 2007. A sensação de escutar um segredo que destranca a realidade. Marcelinho é desmesuradamente um lunático. Fico admirado e seduzido com a pegada e magnetismo deste lançamento que vem lá do Rio do Janeiro. Alquimia aloprada. São onze faixas produzidas pelas hábeis virtudes de Marcelinho e seu comparsa Rafael Ramos. Da Lua aquece e surpreende com uma galera de convidados extremamente especiais. Só se liga no som meu irmão, isso é fundamental ecoa na voz extraordinária de B. Negão. São tambores que ressoam na minha cabeça com Laudir de Oliveira nas tumbadoras. A primeira faixa, “Papo de Ya Ya”, é um groove de arrepiar que mistura ska, drum’n’bass e uma metaleira que marca a presença nos arranjos de Marlon Sette e desmembra o que rola nas internas no Rio de Janeiro da Mangueira, Lapa, Vigário e outras quebradas. Só se Liga no Som meu irmão...
Na faixa “Ela Partiu”, um dos hinos sagrados de Tim Maia, Marcelinho convida para enfeitiçar a música a rapaziada do Ultramen. Parece até que entramos em um portal transcendental do melhor da música brasileira. Não estamos enganados. Imagine unir a voz dionisíaca de Martinho da Vila com o baixo de Bi Ribeiro e a batera de João Barone; tem mais, o piano de João Donato, o cavaco de Gabriel Muzak e a percussão do mestre Laudir de Oliveira. Sim, isto foi possível na faixa “Plim-Plim”, um mega-sucesso que irá tocar em todas as rádios do planeta Terra.
Sangue bom este Marcelinho, ele não perdoa e estraçalha com “Pode me Chamar” (da pernambucana Eddie), prontinha para festas calientes e prazerosas. O time nesta faixa é de craques de final de copa do mundo: na voz, temos Bárbara Mendes e, no baixo, o inimitável Arthur Maia. Um CD que foi preparado, registrado e masterizado entre agosto de 2006 e abril de 2007. Um verdadeiro conglomerado de música de excelente qualidade. Marcelinho conseguiu detectar o melhor, nos oferecendo este colar de jóias musicais, passeando por diversos ritmos e levadas magnéticas.
A faixa “Baião no Morro” é um mescla de mantra do Santo Daime com Baião, Ska e o que você desejar. Se Liga no Som. Este Marcelinho é porreta. Sacode. “É jungle beats, drum and bass, quebradeira, tu não pára de dançar. O cabra pula, se remexe, se sacode. Com esse som ninguém pode”. É a mensagem do cantochão.
“Social” é um autêntico tratado de felicidade deste carioca da gema que concebeu esta obra para o deleite dos seres humanos em sintonia com felicidade e amor. Deus abençoe o parabólico Marcelinho da Lua: “Quem sabe vai ter pra todo mundo. Dignidade pra todo mundo. Com o pé no chão. Colheita de felicidade. No campo ou na babilônia. Mesmo nos jardins da maldade”.

Por Arthur Veríssimo.
Maio de 2007.


Marcelinho da Lua -Social(2007)

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